sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A estrutura dos cabelos: parte 01


    O cabelo é constituido basicamente de proteínas estruturais primárias ou secundárias  fibrosas insolúveis em água ou outros solventes, denominadas de alpha queratina. As queratinas são, também, constituintes de outras partes de animais como chifres, unhas, seda, bicos de aves, pêlos, cascos e espinhos. Em cada fio de cabelo, milhares de cadeias de alpha queratina estão entrelaçadas em forma de espiral, sob a forma de placas que se sobrepoem, resultando em um longo e fino cordão protéico. Estas proteínas interagem fortemente entre si, por várias maneiras resultando na forma característica de cada cabelo: liso, enrolado, ondulado, crespo e etc.
    A raiz de cada fio capilar está contida numa bolsa tubular da epiderme chamada folículo capilar. Estima-se que existam cerca de 5 milhões de folículos capilares no corpo humano. As únicas partes do corpo humano que não têm folículos são as palmas das mãos e a sola dos pés. O folículo recebe irrigação na epiderme e, algumas vezes pode apresentar disfunções, levando ou ao crescimento excessivo de cabelos ou pêlos, ou a queda de cabelos. a que da de cabelos é mais frequente nos homens, e estudos indicam que ela está associada à testosterona. Este hormônio é convertido, por uma enzima encontrada nos folículos, em DHT (dihidrotestosterona), que é capaz de se ligar a receptores nos folículos.


    
    A cor do cabelo vem de pigmentos, como a melanina (existem três tipos de melanina:  Eumelanina – Azul, Feomelanina – Amarelo e Tricosiderina – Vermelho), que são agregadas ao cabelo a partir do folículo capilar, o aparelho que é responsável pela produção do mesmo. Em geral, a cor do cabelo está relacionada com a cor da pele: pessoas com pele escura tendem a ter cabelos escuros, e vice-versa. Isto porque a cor do cabelo depende da quantidade de melanócitos na pele.
Existem, basicamente, dois métodos de tingir o cabelos: o primeiro consiste na incorporação de pigmentos na formação do fio de cabelo. Este processo é lento e, em geral, é feito com pigmentos naturais, tais como o encontrado na henna ou na camomila. Devido ao uso constante, em xampus e/ou condicionadores, estes pigmentos começam a fazer parte dos novos fios de cabelos formados.
   O segundo método é a pintura imediata do cabelo, com a destruição dos pigmentos (descoloração) já existentes nos fios, e a incorporação de novos pigmentos. O processo de descoloração é ainda feito, na maioria das vezes, com peróxidos ou amônia, embora ambos os produtos sejam tóxicos. Um dos pigmentos mais utilizados, na coloração, é o acetato de chumbo, embora também seja tóxico.

 
MECANISMOS DE AÇÃO DOS XAMPUS E CONDICIONADORES

    Ambos possuem, em sua formulação, moléculas de surfactantes. Os xampus e condicionadores diferem, basicamente, na carga do surfactante: os xampus contém surfactantes aniônicos, enquanto que os condicionadores têm surfactantes catiônicos. Quando o cabelo está sujo, ele contém óleo em excesso e uma série de partículas de poeira e outras sujeiras que aderem à superfície do cabelo. Esta mistura é, geralmente, insolúvel em água - daí a necessidade de um xampu para o banho. O surfactante ajuda a solubilizar as sujeiras, e lava o cabelo.
    Um problema surge do fato de que surfactantes aniônicos formam complexos estáveis com polímeros neutros ou proteínas, como é o caso da queratina. O cabelo, após o uso do xampu, fica carregado eletrostaticamente, devido a repulsão entre as moléculas de surfactantes (negativas) "ligadas" à queratina. É aí que entra o condicionador: os surfactantes catiônicos interagem fracamente com polímeros e proteínas neutras, e são capazes de se agregar e arrastar as moléculas de xampu que ainda estão no cabelo. Nos frascos de condicionadores existem, ainda, alguns produtos oleosos, para repor a oleosidade ao cabelo, que foi extraída com o xampu. O cabelo, após o condicionador, fica menos carregado e, ainda, com mais oleosidade.



 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

TUDO SOBRE ENZIMAS

    
“Toda enzima é uma proteína, mas nem toda proteína é uma enzima”.


 
     As enzimas são polipeptídios grandes, enrolados sobre si mesmos, formando um aglomerado, ou glóbulo com um encaixe, onde as moléculas específicas se encaixam formando um complexo de “chave e fechadura”, onde ocorrem as atividades catalíticas. A eficiência catalítica das enzimas é extraordinária, dificilmente alcançada pelos catalisadores sintéticos. Em condições ideais de temperatura e pH, unidas a um substrato altamente específico, elas aceleram as reações biológicas. As enzimas atuam de forma muito organizada, catalisando as inúmeras reações metabólicas que ocorrem no organismo, onde várias substâncias são degradadas e a energia é conservada e transformada, e várias moléculas são sintetizadas a parir de precursores simples. Com exceção de um grupo de moléculas de RNA com atividade enzimática, toda enzima é uma proteína.
     As proteínas, além de enzimas, podem desempenhar várias outras funções na célula. As enzimas podem ser proteínas simples, ou seja, formadas apenas por cadeias polipeptídicas. Quando a enzima é ligada a um grupo não protéico, chamado co-fator, a parte protéica é chamada de apoenzima. Normalmente esse co-fator é um íon metálico. Quando o co-fator é uma molécula orgânica, ele é chamado de coenzima. A holoenzima é a união de um co-fator e uma apoenzima. Tanto a apoenzima como o co-fator são inativos quando estão separados, tornando-se ativos na holoenzima. Uma coenzima que está covalentemente ligada à parte protéica da enzima é chamada de grupo prostético. Muitas vitaminas que nosso organismo precisa e nutrientes orgânicos necessários em pequenas quantidades na dieta são precursores de coenzimas. Se o organismo não consegue produzir algum tipo de enzima, ele pode ter sérios problemas em seu metabolismo, podendo até ir a óbito.

FENILALANINA

     A fenilcetonúria é a incapacidade de produção da enzima necessária à transformação do aminoácido fenilalanina em tirosina. A fenilalanina se acumula, causando danos ao Sistema Nervoso Central. Essa doença pode ser detectada fazendo o teste do pezinho. Excessos de proteínas e o consumo de adoçantes que contêm fenilalanina como o aspartame deve ser evitado por pessoas com essa deficiência.

VENENOS DE PLANTAS E O CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO

     Um outro possível substrato para a citrato-sintase é o fluoroacetil-CoA. A fonte do fluoroacetil-CoA é o fluoroacetato, encontrado nas folhas de vários tipos de plantas venenosas, inclusive a leguminosa locoweeds do oeste americano. Os animais que ingerem essa planta formam o fluoroacetil-CoA, que é subsequente convertido a fluorocitrato pela citrato-sintase. O fluorocitrato, por sua vez, é um inibidor potente da aconitase, a enzima que cataliza a reação seguinte do ciclo do ácido cítrico. Tais plantas são venenosas porque produzem um potente inibidor dos processos vitais. O veneno "mil e oitenta" (1080) é composto por fluoroacetato de sódio, o mesmo age de forma similar as substâncias das plantas venenosas.

A MIELINA E A ESCLEROSE MÚLTIPLA

   
     A mielina é uma bainha de membranas, rica em lipídeos, que circunda axônios de células nervosas e tem um conteúdo particularmente alto de esfingomielina. É constituída por muitas camadas de membrana plasmática enroladas ao redor da célula nervosa. Ao cntrário de muitos tipos de membranas, a mielina é, em essência, uma bicamada lípídica com uma pequena quantidade de proteínas. Sua estrutura, composta por segmentos com interrupções (nódulos), promove a transmissão rápida de impulsos nervosos entre nódulos sucessivos. A perda da mielina leva a lentidão e, eventualmente, à interrupção da transmissão nervosa. Na esclerose múltipla, uma doença incapacitante e fatal, a bainha de mielina é destruída de modo progressivo por placas escleróticas, que afetam o cérebro e a medula espinal. tais placas parecem ter origem auto-imune; contudo, os epidemiologistas levantaram questões acerca do envolvimento de infecção viral na instalação da doença. O progresso da doença é marcado por períodos de destruição ativa da mielina intermeados por períodos em que não há destruição da bainha de mielina. As pessoas afatadas por esclerose múltipla sofrem de fraqueza, perda de coordenação motora e problemas visuais e de fala. Abaixo segue uma explicação rápida sobre os lipídeos:
     Os lipídeos são compostos que possuem muitos grupamentos apolares. Eles podem ser moléculas de cadeias abertas com uma cabeça polar e uma longa cauda apolar. O glicerol, os ácidos graxos e o ácido fosfórico são frequentemente obtidos como produtos de degradação destes compostos. Outra classe de lipídeos são os compostos com vários anéis fechados, os esteróides. Alguns óleos são fontes ricas em lípídeos, assim como alimentos muito gordurosos.

 



       




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Feromônio - A essência da atração


       Os Feromônios (ou Ferormônios, as duas formas estão corretas, segundo o dicionário Houaiss) são substâncias que funcionam como mensageiros entre seres da mesma espécie, desencadeando respostas fisiológicas e comportamentais previsíveis. Eles foram originariamente descritos em insetos, nos quais apresentam importância fundamental para a preservação da espécie.
       Recentemente cientistas descobriram que os humanos também são influenciados de forma similar na presença de feromônios. Infelizmente, devido à evolução, nossos corpos e hábitos mudaram. A maioria de nós não produz naturalmente feromônios na quantidade suficiente para estimular a resposta do sexo feminino. A pequena quantidade de feromônios produzida por nosso corpo é sempre destruida por desodorantes, sabonetes e perfumes. Além disso hoje em dia nosso corpo durante a maior parte do tempo passa 80% coberto de roupa, o que impede ainda mais que o pouco feromônio produzido seja aproveitado.
        Durante muitos anos os cientistas tentaram reproduzir em laboratórios os feromônios sexuais humanos. Recentemente eles tiveram sucesso na identificação, isolamento e recriação deste incrível e poderoso componente, e a partir daí a indústria de perfumes passou a criar novas fragrâncias especiais com ativadores de Feromônios descobertos pelos cientistas.
        Estes perfumes com feromônio possuem uma característica que os difere de qualquer outro perfume: eles causam sentimentos de atração sexual e desejo no sexo oposto, ou seja, despertam a libido da mulher que estiver próxima a pessoa usando um perfume com ativador de feromônio. E como os feromônios são naturais do próprio corpo do ser humano, não é possível perceber que se está sob o efeito do hormônio, pois eles causam uma reação idêntica a que uma pessoa teria se estivesse numa situação cotidiana de sentir atração física por outra pessoa.

Suor masculino funciona como um afrodisíaco


      Feromônio encontrado no suor dos homens aumenta níveis de hormônio em mulheres. É a primeira vez que o efeito é comprovado por cientistas. Poucos o reconheceriam, mas a realidade é que o suor masculino funciona como um afrodisíaco para atrair o sexo oposto, segundo um novo estudo elaborado por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley. A muscalura (cis-9-trieicoseno), cuja fórmula encontra-se esquematizada ao lado, é um feromônio utilizado pela mosca doméstica para atrair os machos e marcar trilhas.
      Alguns toques de "androstadienone", o feromônio encontrado no suor dos homens e, como aditivo, em numerosos perfumes e loções, bastam para aumentar os níveis de cortisol, um hormônio relacionado com o estresse e também com o estímulo sexual nas mulheres, segundo o estudo.
     Publicado no número desta semana da revista "Journal of Neuroscience", a pesquisa indica que os humanos, da mesma forma que os ratos, as borboletas e as traças, por exemplo, segregam um cheiro que afeta o sexo oposto.
   "Esta é a primeira vez que alguém demonstrou que se pode induzir uma mudança no nível hormonal das mulheres ao inalar um componente identificado do cheiro masculino", disse Claire Wyart, diretora do estudo.
   A pesquisa parte de outras anteriores realizadas por um programa de Berkeley que demonstrou que o componente químico "androstadienone" pode mudar o estado de ânimo e excitar as mulheres.
   No entanto, e contra o que prometem as companhias fabricantes de perfumes, não há provas de que os humanos respondam ao cheiro desta substância ou de outro componente químico de maneira similar aos outros mamíferos, disseram os pesquisadores.
   Isto porque o órgão no nariz capaz de detectar os feromônios é muito rudimentar nos humanos e não tem conexão nervosa com o cérebro. O descobrimento poderia ajudar, entre outras coisas, a aumentar os níveis de cortisol em pacientes com doenças caracterizadas pelos baixos níveis desta substância, como o mal de Addison, que causa baixa tonificação muscular, cansaço, náuseas e baixa pressão sangüínea, entre outros sintomas.

 A muscalura (cis-9-trieicoseno), cuja fórmula encontra-se esquematizada ao lado, é um feromônio utilizado pela mosca para atrair machos e marcar trilhas.